quinta-feira, 28 de maio de 2009

Conversão RAW para DNG

Oi, pessoal!

Depois de um bom tempo longe dos posts aqui no blog, estou de volta com um assunto que ainda deixa dúvidas em muitos fotógrafos: Camera RAW e DNG. Mas, afinal, o que são Camera RAW e DNG? Qual a vantagem de fotografar em RAW? E essa conversão para DNG, para que serve? Calma, gente! Vamos deixar tudo muito bem claro aqui.

O QUE É UM ARQUIVO CAMERA RAW?

O Camera RAW é um formato de arquivo que contém dados de imagem não processados e não compactados obtidos pelo sensor de imagem da sua câmera digital e que também guarda informações sobre o modo como a imagem foi capturada (Metadada).

Você lembra os filmes que comprava para usar em sua câmera analógica e que, após mandar revelar, recebia as fotos impressas e as tiras (negativos) dos filmes acomodadas em um plástico, para guardar e mandar imprimir outras cópias das fotos em outra ocasião, para mandar para um amigo, parente, namorado ou namorada? Pois bem, o Camera RAW é aquele filme em formato digital, com a vantagem de se poder fazer vários ajustes como equilíbrio de branco, escala de tons, contraste, saturação, nitidez, entre outros e ainda assim preservar os seus dados originais. Daí, então, a vantagem e importância de se utilizar esse formato de arquivo para fotografar. Para gerar imagens Camera RAW você deve configurar sua câmera digital para salvar arquivos nesse formato.

Quando você faz ajustes no arquivo Camera RAW as informações são guardadas em um arquivo com extensão XMP, que é gravado na mesma pasta em que se encontra o arquivo Camera RAW. Portanto, fique atento e não apague os arquivos com extensão XMP, que certamente irão lhe servir no futuro.

O SOFTWARE (plug-in) CAMERA RAW

No Photoshop, os arquivos Camera RAW são abertos e processados pelo software, de mesmo nome, Camera RAW, que já vem incluído no aplicativo em forma de plug-in. Muitos fabricantes de câmera também têm seus próprios softwares para processamento e edição do arquivo RAW. O software (plug-in) Camera RAW, a partir da versão CS3 do Photoshop, também pode abrir e processar arquivos JPEG e TIFF, mas os ajustes feitos afetam diretamente o arquivo, sem chance de voltar atrás. Para manter os dados originais das imagens JPEG e TIFF é aconselhável que você faça uma cópia da imagem que quer ajustar no Camera RAW para manter o arquivo original. Em outro post veremos como processar os arquivos JPEG e TIFF no Camera RAW.

Como o software Camera RAW é um plug-in, verifique sempre se há atualizações no site da Adobe. Quando uma nova versão do software é lançada, novos modelos de câmeras são incluídos. Clique aqui e acesse a página de downloads do Camera RAW. Há a opção de baixar apenas o Camera RAW e também o Camera RAW e o DNG Converter juntos. Opte por baixar os dois juntos. Após baixar, descompacte em uma pasta de sua escolha. Eu sugiro que você crie uma pasta dentro da sua unidade de disco principal com o nome “DNG_CameraRAW” (sem as aspas), para facilitar a localização quando necessário. A última versão do plug-in para o Photoshop CS3 é a 4.6; para o Photoshop CS4, até a postagem desse artigo, é a 5.3. As instruções de como instalar o plug-in do Camera RAW, que é bem simples, estão na própria página de download da versão escolhida.

DNG (DIGITAL NEGATIVE)

Podemos dizer que o DNG (Digital Negative) é um formato de arquivo RAW livre, não proprietário. Ao contrário do DNG, cada fabricante de Câmera tem seu formato próprio de arquivo RAW e suas especificações não estão disponíveis publicamente. Basta atentar para a extensão dos arquivos da Canon, com extensão “CR2”, e da Nikon, com extensão “NEF”, e cada um tem seu software próprio para processamento de seus arquivos RAW. Isso quer dizer que nem todo arquivo RAW pode ser lido e processado por alguns aplicativos. E no futuro, se alguns desses formatos não forem mais disponibilizados, como os fotógrafos farão a leitura desses arquivos? O DNG (Digital Negative) veio para solucionar esse problema cada vez mais preocupante. Ao utilizar um padrão aberto para os arquivos RAW criados em modelos individuais de câmera, o DNG garante que os fotógrafos terão acesso aos seus arquivos no futuro.

VAMOS A UM EXEMPLO: Certo dia eu recebi arquivos Camera RAW da Canon EOS 40D. A minha versão do Photoshop ainda era a CS2, o meu plug-in do Camera RAW não tinha suporte a esse modelo de câmera e eu estava sem internet no momento para baixar e atualizar a sua versão mais recente. Como eu resolvi o problema? Muito simples: converti esses arquivos RAW em DNG e abri normalmente no Camera RAW do Photoshop CS2. Deu para entender a importância de se criar um fluxo de trabalho com conversão de arquivos RAW para DNG? Então não pense mais, passe a converter a partir de agora.

CONVERTENDO RAW PARA DNG

Localize a pasta em que você baixou o DNG Converter juntamente com o plug-in do Camera RAW, como sugerido anteriormente, e execute o programa Adobe DNG Converter.exe. A janela Conversor DNG aparecerá, como mostra a imagem abaixo:

Clique na imagem para ampliá-la.

Note que existem quatro etapas para configuração da conversão:

1 – Selecione as imagens a serem convertidas:

Onde no botão Selecionar Pasta você configura a pasta na qual se encontram seus arquivos Camera RAW. A opção Incluir imagens contidas em subpastas dispensa explicação, estou certo?

2 – Selecione o local para salvar as imagens convertidas:

Onde você configura a pasta na qual ficarão os arquivos convertidos. Por padrão está selecionada a opção Salvar no Mesmo Local no menu drop-down. Escolha a opção Salvar em Novo Local e defina a pasta onde ficarão os arquivos DNG.

Note que na opção (1) o caminho da pasta é “D:\Jobs\Arquivos RAW\” e na opção (2) é “D:\Jobs\Arquivos RAW\DNG\”. Ou seja, dentro da pasta “Jobs” eu tenho a subpasta “Arquivos RAW” (com os arquivos Camera RAW a serem convertidos) que contém outra subpasta “DNG” (onde ficarão os arquivos DNG convertidos). É uma boa opção para manter os arquivos no mesmo local de trabalho, mas em pasta diferentes.

3 – Selecione o nome das imagens convertidas:

Nesta opção você pode mudar os nomes dos arquivos, mas é aconselhável que mantenha sempre os mesmos nomes dos originais. Renomear arquivos é algo que o Bridge faz muito bem e você pode fazer isso por ele antes de converter seus arquivos, assim mantém os mesmos nomes mesmo que já tenha mudado o nome originado pela câmera.

4 – Preferências:

Clicando no botão Alterar Preferências, você:

- Define a visualização de JPEG, que faz com que outros aplicativos visualizem o conteúdo do DNG sem analisar os dados Camera RAW – Tamanho Médio é uma boa opção;

- Seleciona a compactação sem perda de qualidade, em que nenhuma informação é perdida durante a redução do tamanho do arquivo – deixe ativada esta opção;

- Escolhe o método de conversão das imagens – defina Preservar Imagem RAW; e,

- Opta por incorporar ou não o arquivo RAW original no arquivo DNG – ativando esta opção o arquivo DNG praticamente dobra de tamanho, mas você poderá extrair dele o arquivo RAW original que foi convertido, portanto essa escolha é sua.

Clique na imagem para ampliá-la.

Configuradas todas as etapas, clique no botão Converter para converter os arquivos. A janela Status da Conversão aparecerá mostrando o processo de conversão. Após o término da conversão, clique no botão OK para voltar à janela do Conversor DNG ou no botão Sair para finalizar.

Clique na imagem para ampliá-la.

É isso, pessoal, espero que o misticismo do RAW/DNG tenha acabado. Abraços e até o próximo post.

7 comentários:

  1. sou adepta da conversão para dgn já há algum tempo e defendo essa opção. Porém alguns fotógrafos ficam preocupados com perda da qualidade do arquivo por conta dessa conversão. Essa preocupação tem fundamento? Se o arquivo dng fica mais leve que o RAW original, pode-se entender que algumas informações ficam perdidas (ainda que exista o lossless).
    Outros argumentam que se acostumaram e gostam do software de tratamento do RAW original da câmera. Ou seja, eu poderia tratar meu dng com o softwar de leitura original da minha câmera, mesmo não sendo mais CR2 ou NEF?

    obrigada

    Maíra

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  2. Olá, Maíra!
    Muito bom ver o seu comentário aqui.
    Perda de qualidade na conversão a própria Adobe garante que não há. Já fiz conversão com e sem o RAW embutido no DNG e não percebi perda alguma. Ainda não tenho um aparato técnico suficiente para comprovar se há ou não perda de qualidade, e prefiro continuar acreditando no que a Adobe garante. Para aqueles fotógrafos que tenham receio da perda, basta embutir o RAW no DNG, como é mostrado no tutorial, mesmo que isso eleve o tamanho do arquivo ao dobro já que o que importa mesmo é a qualidade. Fazendo isso, o arquivo RAW é embutido integralmente no DNG sem qualquer compactação e pode ser extraído a qualquer momento. O importante é que se tenha um padrão de arquivo que garanta a sua abertura/leitura.
    Quanto aos softwares para leitura/conversão do RAW que acompanha a câmera, aí já é uma opção que cada fotógrafo adota. E a coisa do costume em utilizar esses softwares, na minha opinião, chega até a fazer com que o fotógrafo deixe de explorar o poder de pré-ajustes que existe no Camera RAW do Photoshop, principalmente nessa versão do CS4, que veio recheada de novos recursos, e que certamente não existe nos softwares das câmeras. Será que esses softwares tem os mesmos ou mais recursos que o Câmera RAW do Photoshop?
    Sobre tratar seu DNG no software da câmera, acredito que seja possível sim (embora eu nunca tenha nem tentado), basta que você faça o teste. Mas você vai fazer como os outros fotógrafos e deixar de lado os recursos que o Camera RAW do Photoshop te oferecem?

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  3. Oi Marcus,

    Na verdade minha dúvida veio de um debate com um amigo fotógrafo. Eu sempre converto para o DNG e uso principalmente o Lightroom para tratar meus arquivos. Estou bastante satisfeita com o resultado dessa prática, talvez precise até conhecer melhor esses recursos do Photoshop CS4.

    Obrigada pela resposta,

    Maíra

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  4. Olá Marcus!
    Primeiro gostaria de agradecer pelas dicas e dizer que foram muito úteis e são muito bem escritas.
    Estou começando a fotografar com RAW agora. Não entendi , no entanto, porque o RAW nao abre no Photoshop sem ser transformando em DNG. Ou melhor abre, porém eh uma imagem cinza.

    Obrigada

    Andréa

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  5. Olá, Andréa!

    Agradeço os elogios aos tutoriais.
    Pois bem, o que pode estar acontecendo na abertura do arquivo RAW no Photoshop é de o seu plugin estar desatualizado e não suportar o modelo de câmera que você usa, portanto é necessário atualizar para a última versão no site da Adobe. Se você utiliza o Photoshop CS3, deve baixar a versão 4.6 do Camera RAW; se usa o CS4, deve baixar a 5.4. Note que no próprio tutorial, seção "O SOFTWARE (plug-in) CAMERA RAW", segundo parágrafo, existe um link direto para página de download do Camera RAW.
    Se você converte o arquivo RAW que não consegue abrir no Photoshop para DNG, veja que ele abre normalmente. Essa é uma das maiores vantagens do DNG Converter, que possibilita abertura do RAW mesmo com o plugin desatualizado.

    Espero ter esclarecido.

    Abraço!

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  6. Dizem muito que o fotografar em raw possibilita um resultado bem melhor do que fotografar em jpg, em relação a qualidade da imagem, e que é necessário tratar em raw tb para n perder no tratamento essa qualiddae. Isso é verdade? e qd eu exportar para jpg irei perder da mesma forma essa qualidade?

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  7. Dúnia, embora o JPEG tenha se popularizado como formato de imagem, na verdade é um método de compressão, que funciona descartando informações da imagem, o que pode ser um problema dependendo da finalidade dessa imagem. No JPEG a própria câmera faz o processamento, impossibilitando que você possa fazer ajustes prévios. O formato RAW são os dados puros da imagem, sem qualquer processamento. Ao ser aberto no Camera RAW (plugin da Adobe para processamento de imagens RAW), você pode fazer vários ajustes como a recuperação de áreas de brilho e sombra que possam ter sido comprometidas na captura, balanço de branco, redução de ruído, aplicação de nitidez, correção de lente, entre muitos outros. E o melhor disso tudo, o seu arquivo RAW permanece intacto, pois funciona como um negativo, que está alí para você revelar sempre que precisar. Portanto, é indiscutível que o formato RAW é muito superior ao JPEG. Mas a escolha em que formato fotografar, vai muito da finalidade da imagem. Fica a dica: se for fotografar eventos, para impressões em pequenos formatos e que não requer ajustes prévios, use o JPEG; se for fotografar publicidade e imagens para grandes formatos, use o RAW.

    Espero ter esclarecido.
    Grande abraço e curta o Blog!

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